Como ressalta o especialista em educação Sergio Bento de Araujo, escolas que começam pelo sentido e não apenas pela carga horária, conseguem engajar alunos, famílias e docentes com mais consistência. Alinhar o projeto de vida dos estudantes às trilhas formativas previstas no Novo Ensino Médio é mais do que cumprir norma: é transformar a educação básica em um percurso significativo, conectado ao mundo do trabalho, à cidadania e à continuidade dos estudos.
- O que a BNCC exige e como conectar com o projeto de Vida?
- Três passos práticos para desenhar trilhas formativas
- Como integrar IA, tecnologia e robótica sem perder o foco pedagógico?
- Indicadores de qualidade: O que acompanhar?
- Inclusão e flexibilidade: EJA, escolas públicas e privadas
- Plano de implementação em 90 dias
- Propósito, percurso e prova de aprendizagem
Se sua rede ou escola quer estruturar esse alinhamento com qualidade e escala, continue a leitura e acesse passos concretos, exemplos de trilhas e um checklist de 90 dias pronto para aplicar hoje.
O que a BNCC exige e como conectar com o projeto de Vida?
Antes de tudo, vale lembrar: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define competências gerais e habilidades essenciais, enquanto o Novo Ensino Médio organiza tempos e espaços para formação geral básica e itinerários formativos. Desse modo, o projeto de vida deve funcionar como fio condutor, articulando interesses dos estudantes, diagnóstico territorial e oportunidades de aprendizagem, sem perder a referência das competências socioemocionais e cognitivas. Como comenta o empresário Sergio Bento de Araujo, um mapa de “competências por experiências” (aulas, projetos, estágio, pesquisa, extensão) ajuda a demonstrar a aderência BNCC e a dar transparência para famílias.
Três passos práticos para desenhar trilhas formativas
- Diagnóstico de vocações e possibilidades locais: identifique, com dados, áreas promissoras (saúde, logística, agro, economia criativa, tecnologia). Em paralelo, levante recursos internos: laboratórios, parcerias, docentes com formação específica;
- Curadoria de experiências de aprendizagem: componha as trilhas com módulos, projetos integradores, estudos orientados e atividades práticas. Nesse sentido, inclua inteligência artificial (IA) aplicada à pesquisa, robótica educacional, programação e cultura digital, sempre atrelando cada experiência a competências da BNCC;
- Matriz de evidências e avaliação: defina entregáveis claros (portfólios, protótipos, apresentações públicas, relatórios técnicos). Como destaca o especialista em educação Sergio Bento de Araujo, especialista em educação, rubricas objetivas (iniciante, proficiente, avançado) e registros fotográficos ou em vídeo para compor “evidências auditáveis” do percurso.
Como integrar IA, tecnologia e robótica sem perder o foco pedagógico?
Sobretudo, tecnologia não é fim em si. Ao contrário, deve expandir repertório, colaborar com autoria e aumentar a capacidade de resolver problemas reais. Nesse sentido:
- IA: use para análise de dados em projetos de cidade, meio ambiente, empreendedorismo social; ensine ética digital, verificação de fontes e pensamento computacional;
- Robótica: promova desafios de prototipagem voltados a sustentabilidade, acessibilidade, automação e segurança no trabalho.
- Ensino à distância: articule trilhas híbridas (síncrono + assíncrono) para flexibilizar horários, sobretudo em contextos de trabalho dos estudantes. De acordo com o empresário Sergio Bento de Araujo, módulos EaD curtos, com objetivos mensuráveis e tutoria ativa, elevam a permanência e a aprendizagem.

Indicadores de qualidade: O que acompanhar?
Em termos práticos, trabalhe com indicadores simples e úteis:
- Alinhamento BNCC: % de experiências com competências mapeadas;
- Engajamento: presença em projetos, entregas no prazo, participação em mostras científicas;
- Desempenho: evolução por rubricas, proficiência em língua portuguesa e matemática (conexão com Educação básica), além de produções autorais;
- Percurso pós-escola: ingresso no ensino superior, cursos técnicos, empreendedorismo ou emprego formal. Indicadores só ganham valor quando orientam decisão: ajustar carga, replanejar projetos, formar professores.
Inclusão e flexibilidade: EJA, escolas públicas e privadas
Tanto escolas públicas quanto escolas privadas podem (e devem) trocar aprendizados. Enquanto as redes públicas costumam dominar a gestão de escala e a inclusão territorial, as privadas, por vezes, inovam com rapidez e parcerias setoriais. Entretanto, ambas ganham quando compartilham práticas de Educação de Jovens e Adultos (EJA): módulos modulares, certificação por competências e Ensino à distância para quem concilia estudo e trabalho. Janelas de reentrada (ingresso contínuo) e acolhimento socioemocional reduzem abandono e ampliam o senso de pertencimento.
Plano de implementação em 90 dias
- Semanas 1–2: diagnóstico (interesses dos estudantes, parceiros locais, infraestrutura)
- Semanas 3–4: desenho das trilhas alinhadas à BNCC e ao projeto de Vida; seleção de módulos de IA, robótica e EaD;
- Semanas 5–6: formação de professores; criação das rubricas e do portfólio digital;
- Semanas 7–8: piloto com duas turmas; coleta de evidências, ajustes rápidos;
- Semanas 9–10: ampliação para demais turmas; calendário de mostras e feiras;
- Semanas 11–12: revisão por dados; relatório para comunidade escolar e mantenedores;
Para o empresário Sergio Bento de Araujo, recomenda começar pequeno, medir bem e crescer com base nas evidências.
Propósito, percurso e prova de aprendizagem
Para que o Novo Ensino Médio cumpra sua promessa, é crucial que cada experiência tenha propósito claro, percurso bem desenhado e provas de aprendizagem tangíveis. Assim, BNCC, projeto de vida e trilhas formativas deixam de ser documentos separados e viram um ecossistema vivo. Quer apoio para transformar o seu currículo em resultados? Organize o grupo de trabalho, aplique o plano de 90 dias e compartilhe os dados com a comunidade. Quando a escola conecta sentido, prática e avaliação justa, a aprendizagem floresce e o estudante enxerga o futuro.
Autor: João Bastos
